terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pequeno Resumo das Olimpíadas de Pequim


O salto para o ouro de Maurrem Maggi


Os recordes e esportistas que entraram para a história do esporte
Por Galvão Bueno

"Como poderíamos definir o Jogos de Pequim?

Uma quebra assustadora de recordes, a capacidade de melhor preparar os atletas, a modernidade das pistas, piscinas, roupas, tudo fazendo com que recordes fossem quebrados em série. Claro que estamos falando de natação a atletismo. Os dois esportes nobres dos jogos olímpicos.

Claro, vamos acreditar que seja a capacidade de melhor preparar um atleta, que seja uma piscina com menos marola com uma construção super moderna, que sejam as pistas que projetam os atletas para frente cada vez mais rápidos. Nunca pensando que o doping mais uma vez possa estar na frente do antidoping, de um exame ou da confirmação de uma substância proibida. Foram quebrados tantos recordes, que acaba ficando uma ligeira suspeita no ar, mas aí seria perder a fé esportiva.

Foram jogos que mostraram a recuperação do basquete americano, o atletismo forte de Yelena Isinbayeva e o fenômeno Usain Bolt da Jamaica.

Vimos medalhas inéditas para o Brasil, foram três de ouro e todas inéditas. A individualidade de César Cielo na natação, Maurren Maggi como o grande nome dessas olimpíadas pela história dela e a volta por cima que conseguiu dar e o vôlei feminino.

Com algumas decepções também na área internacional, mas principalmente para nós brasileiros com o futebol masculino, o vôlei masculino de praia e o de quadra que entrou em certa decadência, infelizmente, ao final de uma geração brilhante.

Mostrou acima de tudo, que a maior potência esportiva do mundo hoje é aquela que tem o maior número de habitantes e sediou as olimpíadas.

A China foi a maior atração como país e indubitavelmente Michael Phelps foi o dono dos jogos!"
Fonte: galvaobueno.globo.com

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Mascotes

Mascotes

As cinco mascotes dos Jogos Olímpicos de Pequim foram criadas com inúmeras interpretações. As Fuwa, como são chamadas, têm as cores dos cinco anéis olímpicos e levam uma mensagem de paz, amizade e boa sorte para todas as crianças do mundo.

Os próprios bonecos, que foram desenhados por Han Meilin e anunciados oficialmente em novembro de 2005, são representações de crianças. Eles também remetem a um animal e a chama olímpica: Beibei (um peixe), Jingjing (um panda), Huanhuan (a própria chama), Yingying (um antílope-tibetano) e Nini (uma andorinha) são os nomes dados às mascotes. Para completar, cada uma delas se refere a elementos da natureza, como terra, fogo, água, madeira e céu.

A intenção de ser politicamente correto é exposta no significado de todas elas. Dois dos bichos representados estão ameaçados de extinção: o panda e o antílope-tibetano. Este último ainda tem um teor diplomático, já que o Tibete vive em constante conflito com o governo central chinês pela independência da região do oeste do país.

O jogo de palavras também mostra a imagem da boa vizinhança chinesa. Se juntados os nomes das mascotes, eles formam a frase "Welcome to Beijing" em chinês (Bei Jing Huan Ying Ni ). Já Fuwa, na tradução, pode ser entendido como "bonecos da boa sorte".

Conheça a história de cada Mascote

Beibei
A mascote Beibei lembra um peixe, um dos símbolos da prosperidade chinesa. Ela também é a representação do elemento água, por isso remete aos esportes aquáticos. Assim como, o anel azul da bandeira olímpica (argola da Europa). Beibei foi apresentada como uma menina gentil e pura.

Jingjing
O panda Jingjing mostra honestidade e otimismo e representa os esportes que usam a força, como o judô e o levantamento de peso. Ele é o anel preto da bandeira olímpica (que simboliza a África) e tem como principal característica a felicidade. Entre os elementos da natureza, o seu é a madeira.

Huanhuan
Extrovertido e entusiasta, Huanhuan não é nenhum animal como os outros, e sim, a própria chama olímpica. A sua cor avermelhada representa a paixão e o anel da América na bandeira. Entre as modalidades, o boneco remete aos jogos com bola e tem o fogo como elemento principal da natureza.

Yingying
Ironicamente, Yingying é um animal em extinção (o antílope-tibetano) e tem como principal traço da personalidade a vivacidade e representa a saúde. Ele é o anel amarelo da bandeira olímpica (Ásia) e por causa do seu traço físico remete ao atletismo. Na natureza, o seu elemento é a terra.

Nini
Nini é, como Beibei, uma menina (as duas únicas da turma) e traz o ideal de felicidade. A andorinha, animal que representa, carrega a personalidade inocente e alegre. Nos esportes, Nini remete à ginástica olímpica e tem o céu como elemento da natureza. O seu anel olímpico simboliza a Oceania.

Fonte: olimpiadas.uol.com.br

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Teseu

Teseu e o Minotauro, de Antonio Canova

Teseu foi o mais célebre dos heróis atenienses. Seu pai humano era o rei de Atenas, e o divino, Posêidon.

"Egeu e Etra
Egeu, descendente de Erictônio, reinava em Atenas e não tinha descendentes, apesar das tentativas de praxe. Tinha no entanto numerosos sobrinhos, os palântidas (filhos de um irmão chamado Palas), que esperavam pacientemente sua morte para dividir a Ática entre si.

O rei decidiu fazer uma consulta ao oráculo de Delfos, que o aconselhou "a não abrir o odre de vinho antes de chegar a Atenas". Na volta dessa viagem parou em Trezena, onde reinava Piteu, filho de Pélops e Hipodâmia, dotado de poderes divinatórios. Egeu confessou ao amigo que não entendera nada, mas Piteu entendeu tudo. Ele tinha uma bela filha, Etra e, depois de embebedar Egeu com vinho, fez a moça se unir a ele. Em algumas versões da lenda o deus Posídon, apaixonado por Etra, também se unira a ela antes, nessa mesma noite.

Etra engravidou. Antes de conhecer o filho, porém, Egeu teve de voltar a Atenas, pois a situação estava um pouco instável devido à ambição dos sobrinhos. Por esse motivo, inclusive, o rei pediu a Etra que, se ela desse à luz um menino, só revelasse ao filho quem era seu pai quando ele tivesse forças para pegar a espada e as sandálias que ele escondera sob uma enorme pedra. Depois disso devia ir em segredo até Atenas, pois os ambiciosos palântidas eram capazes de matá-lo.

As primeiras façanhas de Teseu
Nasceu um menino, que cresceu vigoroso e forte como um herói. Aos dezesseis anos seu vigor físico era tão impressionante que Etra decidiu contar-lhe quem era o pai e o que se esperava dele. Teseu ergueu então a enorme pedra antes movida por Egeu, recuperou a espada e as sandálias do pai, e dirigiu-se para Atenas.

A mãe e o avô, Piteu, recomendaram-lhe que seguisse o caminho junto ao mar, pois o interior da Ática, na época, era cheio de perigos. Como todo adolescente que se preza, Teseu agradeceu o conselho, comovido, fez o solene juramento de cumprí-lo e, sem vacilar um minuto, tomou o caminho mais perigoso e foi em frente.

O jovem herói não teve, porém, nenhuma dificuldade em vencer os malfeitores e monstros que ia encontrando: o bandido Perifetes, que atacava os viajantes com uma clava de bronze (em Epidauro); Sínis, que amarrava suas vítimas entre dois pinheiros vergados e depois cortava a corda que prendia as árvores (perto de Cencreis); a feroz porca de Crômion, que já havia matado muitos homens; Círon, que obrigava os viajantes a lavarem seus pés no alto de um rochedo e depois chutava-os lá de cima (na Rochas Cirônicas); Cércion, que obrigava os viajantes a lutarem com ele e depois os matava (Elêusis); e Procrustes, que "ajustava" os viajantes ao tamanho de um determinado leito, esticando-os, se eram muito baixos, ou cortando-lhes os pés, se eram altos demais (na estrada entre Mégara e Atenas).

Teseu em Atenas

Em Atenas o rei Egeu, já idoso, estava casado com a feiticeira Medéia, que tentava acabar com a famosa esterilidade do rei também através de encantamentos. A princípio, Teseu não mostrou os objetos que trouxera e não foi reconhecido pelo pai; mas Medéia percebeu imediatamente quem era o jovem e fez planos para se livrar dele.

A feiticeira havia notado que o rei sentira um certo temor diante do poderoso visitante; segredou então a ele que o jovem era perigoso e aconselhou-o a pedir-lhe que os livrasse de um touro furioso que devastava a planície de Maratona. Dizia-se que esse era o gigantesco touro que Héracles havia trazido de Creta e soltado perto de Micenas por ordem do rei Euristeu. Teseu enfrentou o touro, capturou-o sem dificuldade e ofereceu-o em sacrifício a Apolo.


Medéia fez então com que o rei convidasse Teseu para jantar, para que ela pudesse envenená-lo discretamente. Na ocasião, porém, Egeu reconheceu a espada em poder do jovem, derramou a taça de veneno e disse a todos os presentes que Teseu era seu filho e herdeiro. Medéia foi repudiada e banida para a Ásia.

Teseu teve ainda de lutar contra os primos, os numerosos palântidas, que pretendendiam herdar o trono de Egeu. Depois de vencê-los, foi reconhecido por todos como o único e legítimo herdeiro do trono.

Minos, Pasífae e o touro
Minos, filho de Zeus e Europa, reinava na ilha de Creta graças a Posídon, que fizera sair do mar um touro belíssimo, prova inconteste do favor divino. Minos prometera sacrificá-lo a Posídon, mas ficou tão encantado com o animal que decidiu conservá-lo em seu rebanho. O deus, furioso com a desfeita, vingou-se enlouquecendo o touro e fazendo-o fugir, causando grandes estragos em toda a ilha.

Além disso, Posídon fez com que Pasífae, esposa de Minos, engravidasse e desse a luz a uma criança com corpo de homem e cabeça de touro, o Minotauro, de extrema ferocidade e que se alimentava de carne humana. Minos, aterrado e envergonhado, mandou construir um intrincado labirinto, do qual ninguém conseguia sair, e prendeu o Minotauro dentro dele.

Teseu e o Minotauro
Andrógeo, um dos filhos de Minos e Pasífae, era um atleta notável e, quando Egeu reinava em Atenas, venceu todas as modalidades de um concurso atlético promovido pelos atenienses. Foi morto traiçoeiramente, pouco depois, pelos invejosos rivais ou, segundo outra versão, morreu tentando vencer o touro que assolava Maratona, em resposta a um desafio de Egeu.

De qualquer forma, Minos declarou guerra a Atenas, venceu e fixou o seguinte tributo: a cada três anos (ou todos os anos, ou ainda a cada nove anos), os atenienses teriam de mandar a Creta sete rapazes e sete moças, que seriam oferecidos ao Minotauro. Se o Minotauro morresse, o tributo cessaria.

Pouco depois da vinda de Teseu a Atenas, chegou a época da terceira remessa de jovens, e Teseu fez questão de ser um deles: queria vencer o monstro e livrar a cidade. Egeu concordou, a contragosto, e combinou um sinal com o filho: se tudo corresse bem, o navio retornaria com velas brancas; caso contrário, com velas negras.

Quando os rapazes e moças desembarcaram em Creta, Ariadne, filha de Minos e Pasífae, apaixonou-se por Teseu e resolveu ajudá-lo: deu-lhe um rolo de fio para marcar o trajeto dentro do labirinto e, assim, sair sem problemas. Teseu enfrentou então o Minotauro, venceu-o e, após sabotar os navios cretenses para evitar qualquer perseguição, voltou a Atenas com os companheiros e Ariadne.

No retorno, porém, Teseu não foi tão feliz. Durante uma parada na ilha de Naxos, Ariadne desapareceu ou, segundo outra versão, foi abandonada por Teseu; logo depois, o deus Dioniso recolheu-a e fez dela sua esposa.

O herói esqueceu-se, também, do que combinara com o pai, e não colocou velas brancas no navio. Em Atenas, Egeu aguardava o retorno de Teseu; vendo que o navio se aproximava com velas negras, pensou que havia perdido o único filho e lançou-se ao mar, do alto da acrópole. É em sua homenagem que o Mar Egeu tem esse nome.

Teseu nos Infernos
Rei de Atenas e de toda a Grécia, Teseu se tornou um grande estadista e instaurou a democracia em sua cidade.

Ele teve um filho, Hipólito, com uma amazona. Depois casou-se com Fedra, que se apaixonou perdidamente por Hipólito. Como o jovem a rejeitou, desencadeou-se uma tragédia que terminou com a morte de ambos. Teseu e seu amigo Pirítoo juraram a seguir casar-se cada um com uma filha de Zeus. Teseu raptou a jovem Helena, com a ajuda de Pirítoo. Depois, em troca, ajudou seu amigo, que tinha escolhido Perséfone, embora ela fosse casada com Hades. Eles desceram aos Infernos, onde o deus os convidou à sua mesa, mas um feitiço os prendeu em seus assentos.
Pirítoo ficou lá para sempre. Teseu foi libertado por Héracles, que fora buscar Cérbero."

Fonte: http://greciantiga.org
Larousse Jovem da Mitologia, ed. Larousse

terça-feira, 3 de junho de 2008

Por que os planetas têm nomes de deuses?

'
Se andam no céu, só podem ser deuses!
De onde vieram os nomes dos planetas do Sistema Solar?


Há cinco milênios, quando os sumérios que habitavam a Mesopotâmia (o Iraque de hoje) olhavam o céu, notavam que cinco estrelas se moviam, enquanto todas as outras pareciam paradas. "Eram os planetas visíveis. Mas foram tomados por deuses", conta Walmir Cardoso, presidente da Sociedade Brasileira para o Ensino da Astronomia, em São Paulo. Ganharam, assim, nomes de divindades, que mais tarde foram adaptados para as mitologias grega e romana.


Mercúrio
Apressadinho

Com a menor órbita entre todos os planetas do Sistema Solar, este é o que corre mais rápido no céu. Por isso, recebeu o nome do mensageiro dos deuses — Hermes, para os gregos, e Mercúrio, para os romanos.



Vênus
Miss Universo

Nenhuma estrela ou planeta brilha tanto no firmamento. Nada mais justo que recebesse o nome da deusa romana da beleza, Vênus, a Afrodite dos gregos.



Terra
Aqui mesmo

Os antigos nem suspeitavam que a Terra fosse um planeta. Como supor que ela tivesse algo a ver com aquelas luzes se mexendo no céu? Para eles, era o centro fixo do Universo: o chão, a terra.



Marte
Militar

Esta luz vermelha, cor-de-sangue, mereceu o nome da divindade grega da guerra, Ares — Marte para os romanos. O mesmo deus regia o mês de março, em Roma, quando eram realizadas cerimônias para pedir sorte nas campanhas militares do império.



Júpiter
Altivo

Ele brilha muito e se move lentamente porque sua órbita é bem distante do Sol. Os gregos relacionaram o comportamento soberano ao maior dos deuses, Zeus, o Júpiter dos romanos.



Saturno
Quase parando

Saturno, Cronos para os gregos, é o pai de Júpiter. Deus do tempo, reinou entre todas as divindades até ser destronado pelo filho. O senhor das horas e dos dias foi associado à luz que mais lentamente andava pelo firmamento. Tão devagar que só os observadores mais pacientes podiam notar seu movimento.



Urano
Maninho

Os antigos não conheciam este planeta, que só foi notado em 1781, depois que os telescópios começaram a ser usados. Se Cronos (Saturno) era o pai de Zeus (Júpiter), a lógica mandava que o próximo planeta fosse seu avô, Urano, que não tem correspondente romano. Esse deus era o céu personificado, irmão de Gaia, a Terra.



Netuno
Tudo azul

Sem querer, o astrônomo francês Urbain Jean Joseph Le Verrier, que descobriu este astro em 1846, escolheu o apropriadíssimo nome de Netuno, o deus romano das águas e dos mares, Poseidon para os gregos. Na época, ele nem imaginava que a atmosfera do planeta era azulada. Le Verrier, depois, quis chamar Netuno pelo seu próprio nome, mas a comunidade científica rejeitou o plano narcisista.



Plutão
Infernal

O nome do deus grego dos mortos e do fogo Hades, o Plutão romano, foi adotado por iniciativa da estudante inglesa Venetia Burney. Em 1930, aos 11 anos, ela enviou a sugestão aos pesquisadores — por pura intromissão infantil —, salvando o nono planeta de se chamar Percival. Isso era o que pretendia a mulher de Percival Lowell, o astrônomo que, quinze anos antes, havia previsto a existência de Plutão nos confins do Sistema Solar.

Mas em 24 de agosto, do ano de 2006,a União Astronômica Internacional retirou de Plutão o status de planeta , reduzindo o número de planetas no Sistema Solar de nove para oito.

Fonte: super.abril.uol.com.br

O Sistema Solar

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Jasão


Jasão entrega o tosão de ouro à Pélias - Museu do Louvre
"Jasão enfrentou todos os perigos para conquistar o Tosão, mas sua mulher, Medéia, transformou sua vida em uma tragédia.

Jasão era o filho de Esão, rei de Iolco, na Tessália. Mas Esão foi destronado por seu meio-irmão Pélias. Para fugir do tio, Jasão foi escondido e confiado ao centauro Quíron, que lhe deu uma educação completa. Quando cresceu e ficou forte, ele quis voltar a sua terra natal para restituir o poder a seu pai.

No caminho, ele encontrou uma velha e ajudou-a a atravessar uma torrente, mas perdeu uma sandália na água.
Jasão ignorava que essa mulher era a deusa Hera. Para agradecer-lhe, ela o ajudou muitas vezes dali em diante. Ele se apresentou diante de Pélias usando apenas uma sandália.
Mas um oráculo havia prevenido o rei impostor de que seria destronado por um homem com apenas um calçado.

Para eliminar Jasão, que reclamava seu reino, Pélias decidiu impor-lhe uma prova, esperando que ela fosse fatal, e prometeu a Jasão entregar-lhe o poder se ele trouxesse o Tosão de Ouro. A pele desse carneiro mágico, consagrada ao deus Ares e presa num carvalho num bosque sagrado da Cólquida, era guardada por uma serpente-dragão feroz, que nunca dormia.

Jasão aceitou a missão. Para ajudá-lo nessa expedição sem precedentes, ofereceram-se numerosos companheiros. Entre eles achavam-se Orfeu, o músico, que devia dar cadência aos remadores, e os temíveis gêmeos Castor e Pólux. Em pouco tempo, eram cinqüenta homens.

Seguindo os conselhos de Atena, eles construíram um navio enorme, o maior já visto, sob a direção do arquiteto Argos. Atena ajudou-o nessa tarefa e lhe deu até uma trave de madeira vinda das florestas sagradas de Dodona, para fazer a proa. Essa trave era dotada da palavra e podia profetizar. Quando o navio foi terminado, batizaram-no de Argo, em honra de seu construtor. Os cinqüenta companheiros de Jasão, os Argonautas, puderam por fim embarcar. Em cada escala, eles encontravam povos diferentes, que os recebiam bem ou os combatiam. Os argonautas ajudaram o adivinho Fineu a se livrar das Harpias, e ele lhes ensinou a passar entre os perigosos rochedos da entrada da Cólquida.

Ao chegar diante do rei de Eetes, que guardava o Tosão de Ouro, os Argonautas tiveram de aceitar uma negociação: Jasão deveria cumprir sem nenhuma ajuda duas provas em troca do Tosão. A primeira consistia em atrelar dois touros monstruosos que soltavam fogo pelas narinas. Depois ele deveria, com esses animais, lavrar um campo e semeá-lo com dentes de dragão.
Jasão nunca teria conseguido isso se a filha do rei, a feiticeira Medéia, não o tivesse ajudado. Ela pediu a Jasão que a aceitasse em casamento. Em troca, deu-lhe um bálsamo mágico que protegeria seu corpo das queimaduras e lhe disse o que deveria fazer. Jasão conseguiu domar os touros e lavrar o campo. Da terra que ele tinha acabado de plantar, nasceu uma grande quantidade de homens armados. Seguindo os conselhos de Medéia, Jasão lançou uma pedra no meio dos soldados gigantes. Eles se acusaram mutuamente e mataram uns aos outros."

Na volta para Iolco, Jasão e os Argonautas enfrentaram muitos perigos, entre eles a cólera de Zeus e o terrível Talo, um gigante que protegia a ilha de Creta.

De volta a Iolco com o Tosão, Jasão entregou-o a Pélias, que, naturalmente, não estava disposto a lhe restituir o poder. Medéia plenejou então uma vingança e fez correr entre as filhas de Pélias o boato de que conhecia um segredo para devolver a juventude. Para impressioná-las, jogou um carneiro velho numa tina borbulhante. Ele se transformou num cordeirinho.
Fascinadas, as ingênuas jovens cortaram seu pai em pedaços e lançaram-no no caldeirão.

Depois desse crime, Jasão e Medéia se refugiaram por um tempo em Corinto junto ao rei Creonte. Depois de tantos tormentos, Jasão se cansou de Medéia e planejou casar-se com Glauce, a filha de Creonte.
Traída, humilhada, desesperada, Medéia foi tomada por uma fúria inimaginável. Ela mandou um vestido de casamento e jóias envenenadas a Glauce. No momento em que esta os colocou, o vestido pegou fogo e o veneno ardente a matou. O rei Creonte, que se aproximara para socorrê-la, também foi queimado vivo pelas chamas. O incêndio se espalhou e toda a cidade ardeu.
Medéia, depois de crimes abomináveis, voou num carro mágico, puxado por cavalos alados, que lhe tinha dado o deus Sol, seu avô, e desapareceu.
Quanto a Jasão, acabou recuperando seu reino.

Fonte: Larousse Jovem da Mitologia
ed. Larousse

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Héracles - Hércules


Hércules e o Centauro, de Jean de Boulogne (1529-1628)
Piazza Della Signoria, Florença, Itália


"Hércules (ou Héracles), o maior de todos os heróis gregos, era filho de Zeus e Alcmena. Alcmena era a virtuosa esposa de Anfitrião e, para seduzi-la, Zeus assumiu a forma de Anfitrião enquanto este estava ausente de casa. Quando seu marido retornou e descobriu o que tinha acontecido, ficou tão irado que construiu uma grande pira e teria queimado Alcmena viva, se Zeus não tivesse mandado nuvens para apagar o fogo, forçando assim Anfitrião a aceitar a situação. Nascido, o jovem Hércules rapidamente revelou seu potencial heróico. Enquanto ainda no berço, ele estrangulou duas serpentes que a ciumenta Hera, esposa de Zeus, tinha mandado para atacá-lo ao seu meio-irmão Íflico; enquanto ainda um menino, ele matou um leão selvagem no Monte Citéron. Na vida adulta, as aventuras de Hércules foram maiores e mais espetaculares do que as de qualquer outro herói. Por toda a antigüidade ele foi muito popular, o assunto de numerosas histórias e incontáveis obras de arte. Apesar das mais coerentes fontes literárias sobre suas façanhas datarem apenas do século III a.C., citações espalhadas por vários locais e a evidência de fontes artísticas deixam muito claro o fato que a maioria, se não todas, de suas aventuras era bem conhecida em tempos mais antigos.

Os Doze Trabalhos de Hércules
Hércules realizou seus famosos doze trabalhos sob o comando de Euristeu, Rei de Argos de Micenas. Existem várias explicações da razão pela qual Hércules se sentiu obrigado a realizar os pedidos cansativos e aparentemente impossíveis de Euristeu. Uma fonte sugere que os trabalhos eram uma penitência imposta ao herói pelo Oráculo de Delfos quando, num acesso de loucura, causado por Hera, matou todos os filhos de seu primeiro casamento. Enquanto os seis primeiros trabalhos se passam no Peloponeso, os últimos levaram Hércules a vários lugares na orla do mundo grego e além. Durante os trabalhos, Hércules foi perseguido pelo ódio da deusa Hera, que tinha ciúmes dos filhos de Zeus com outras mulheres. A deusa Atena, por outro lado, era uma defensora entusiasta de Hércules; ele também desfrutou da companhia e ajuda ocasional de seu sobrinho, Iolau.

O primeiro trabalho de Hércules era matar o leão de Neméia. Como esta enorme fera era invulnerável a qualquer arma, Hércules lutou com ele e acabou estrangulando-o apenas com suas mãos. A seguir, ele removeu a pele utilizando uma de suas garras, e passou a utilizá-la como uma capa, com as patas amarradas ao redor de seu pescoço, as presas surgindo sobre sua cabeça, e a cauda balançando em suas costas.
O segundo trabalho exigiu a destruição da Hidra de Lerna, uma cobra aquática com várias cabeças, que estava flagelando os pântanos perto de Lerna. Sempre que Hércules decepava uma cabeça, duas cresciam em seu lugar, e, como se isso não fosse um problema suficiente, Hera enviou um caranguejo gigante para morder o pé de Hércules. Este truque desleal foi demais para o herói, que decidiu pedir ajuda a Iolau; enquanto Hércules cortava as cabeças, Iolau cauterizava os locais com uma tocha flamejante, de modo que novas cabeças não pudessem crescer, e finalmente dando cabo do monstro. A seguir, Hércules embebeu a ponta de suas flechas no sangue ou veneno da Hidra, tornando-as venenosas.

No Monte Erimanto, um feroz javali estava se portando violentamente e causando prejuízos. Euristeu rispidamente ordenou a Hércules que trouxesse este animal vivo à sua presença, mas as antigas ilustrações deste episódio, as quais mostram principalmente Euristeu acovardado refugiando-se num grande jarro, sugerem que ele veio a se arrepender desta ordem.

Hércules levou um ano para realizar o trabalho a seguir, que era capturar a Corça do Monte Carineu. Este animal parecia ser mais tímido do que perigoso. Este animal era sagrado para a deusa Ártemis. De acordo com a lenda, Hércules finalmente aprisionou a Corça e a estava levando para Euristeu, encontrou-se com Ártemis, que estava muito zangada e ameaçou matar Hércules pelo atrevimento em capturar seu animal; mas quando ficou sabendo sobre os trabalhos, ela concordou em deixar Hércules levar o animal, com a condição que Euristeu o libertasse logo que o tivesse visto.

Os Pássaros Estinfalos eram tão numerosos que estavam destruindo todas as plantações nas vizinhanças do Lago Estinfalo em Arcádia; várias fontes dizem que eles eram comedores de homens, ou pelo menos podiam atirar suas penas como se fossem flechas. Não está muito claro como Hércules enfrentou este desafio: uma pintura de um vaso mostra Hércules atacando-os com um tipo de estilingue, mas outras fontes sugerem que ele os abateu com arco e flecha, ou os espantou para longe utilizando um címbalo de bronze feito especialmente para a tarefa pelo deus Hefesto.

O último dos seis trabalhos do Peloponeso foi a limpeza dos currais Augianos. O Rei Áugias de Élida possuía grandes rebanhos de gado, cujos currais nunca tinham sido limpos, assim o estrume tinha vários metros de profundidade. Euristeu deve Ter pensado que a tarefa de limpar os estábulos num único dia seria impossível, mas Hércules uma vez mais conseguiu resolver a situação, desviando o curso de um rio e as águas fizeram todo o trabalho por ele.

Euristeu pede agora que Hércules capture o selvagem e fez touro de Creta, o primeiro trabalho fora de Peloponeso. Assim que Euristeu viu o animal, Hércules o soltou, este sobrevivendo até ser morto por Teseu em Maratona.

A seguir, Euristeu enviou Hércules à Trácia para trazer os cavalos devoradores de homens de Diomedes. Hércules amansou estes animais alimentando-os com seu brutal senhor, e os trouxe de maneira segura a Euristeu.

A seguir, ele foi imediatamente mandado, desta vez para as margens do Mar Negro, para buscar a cinta da rainha das Amazonas. Hércules levou um exército junto consigo nesta ocasião, mas nunca precisaria dele se Hera não tivesse criado problemas. Quando chegou à cidade das Amazonas de Temisquira, a rainha das Amazonas estava até feliz que ele levasse sua cinta; Hera, sentindo que estava sendo fácil demais, espalhou um boato que Hércules pretendia levar a própria rainha, iniciando-se uma sangrenta batalha. Hércules, é claro, conseguiu escapar com a cinta, mas após apenas duros combates e muitas mortes.

Para realizar seus três últimos trabalhos, Hércules foi completamente fora das fronteiras do mundo grego. Primeiro foi mandado além da borda do Oceano para a distante Eritéia no extremo ocidente, para buscar o Rebanho de Gérião.

Gérião era um formidável desafio; não apenas tinha um corpo triplo, mas para ajudá-lo a tomar conta de seu maravilhoso rebanho vermelho também utilizava um feroz pastor chamado Euritão e um cachorro de duas cabeças e rabo de serpente chamado Orto. Orto era o irmão de Cérbero, o cão que guardava a entrada do Mundo Inferior, e o encontro de Hércules com Gérião é algumas vezes interpretado como seu primeiro encontro com a morte. Apesar de Hércules Ter se livrado de Euritão e Orto sem muito dificuldade, Gérião, com seus três corpos pesadamente armados, provou ser um adversário mais formidável, e apenas após uma terrível luta Hércules conseguiu matá-lo.

Quando retornou à Grécia, Euristeu enviou para uma jornada ainda mais desesperadora, descer ao Mundo Inferior e trazer Cérbero, o próprio cão do Inferno. Guiado pelo deus mensageiro Hermes, Hércules desceu ao lúgubre reino dos mortos, e com o consentimento de Hades e Perséfone tomou emprestado o monstro assustador e de três cabeças para mostrá-lo ao aterrorizado Euristeu; isto feito, devolveu o cachorro a seus donos de direito.

Mesmo assim, Euristeu solicitou um último trabalho: que Hércules lhe trouxesse os Pomos do Ouro de Hespérides. Estes pomos, a fonte da eterna juventude dos deuses, cresciam em um jardim nos confins da terra; foram um presente de casamento de Géia, a Terra, a Zeus e Hera. A árvore que dava as frutas douradas era cuidada pelas ninfas chamadas Hespérides e guardada por uma serpente. Os relatos variam sobre como Hércules resolveu este trabalho final. As fontes que localizam o jardim abaixo das montanhas Atlas, onde o poderoso Atlas sustenta os céus em suas costas, dizem que Hércules convenceu Atlas a pegar as maças por ele; enquanto fazia esta jornada Hércules sustentou, ele mesmo, o céu; quando Atlas retornou, Hércules teve algumas dificuldades em persuadi-lo a reassumir o seu fardo. Outra versão da estória sugere que o próprio Hércules foi ao jardim lutando e matando a serpente ou conseguindo convencer as Hespérides a lhe entregar as maçãs. As maçãs de Hespérides simbolizavam a imortalidade, e este trabalho final significaria que Hércules deveria ascender ao Olimpo, tomando seu lugar entre os deuses.

Além dos doze trabalhos, muitos outros feitos heróicos e aventuras foram atribuídos a Hércules. Na sua busca do jardim das Hespérides, teve que lutar com o deus marinho Nereu para compelir o deus a dar-lhe as informações que necessitava; em outra ocasião enfrentou outra deidade marinha, Tritão. Tradicionalmente foi na Líbia que Hércules encontrou o gigante Anteu: Anteu era filho de Géia, a Terra, e ele era invulnerável enquanto mantivesse contato físico com sua mãe. Hércules lutou com ele e ergueu-o do solo; desprovido da ajuda de sua mãe, ficou indefeso nos braços poderosos do herói. No Egito Hércules escapou por pouco de ser sacrificado pelas mãos do Rei Busíris. Um advinho tinha dito a Busíris que o sacrifício de estrangeiros era um método infalível de se lidar com as secas. Como o advinho era Cipriota, tornou-se a primeira vítima de seu próprio conselho; quando o método se mostrou efetivo, Busíris ordenou que todo o estrangeiro temerário o suficiente a entrar em seu reino seria sacrificado. Na vez de Hércules, deixou-se ser aprisionado e levado ao local do sacrifício antes de se voltar contra seus agressores e matar uma grande quantidade deles.

Hércules não raramente se envolvia em conflito com os deuses. Em uma ocasião, quando não recebeu uma resposta que estava esperando da sacerdotisa do Oráculo de Delfos, tentou fugir com o trípode sagrado, dizendo que iria criar um oráculo melhor por sua própria conta. Quando Apolo tentou detê-lo, ocorreu uma violenta discussão, que foi resolvida apenas quando Zeus arremessou um relâmpago entre eles.

Hércules era muito leal aos seus amigos; mais do que uma vez ele arriscou sua vida para ajudá-los, sendo o caso mais espetacular o de Alceste. Admeto, Rei de Feres na Tessália, tinha feito um acordo com Apolo que, quando chegasse a hora de sua morte, poderia continuar a viver se encontrasse alguém que quisesse morrer em seu lugar. Entretanto, quando Admeto estava se aproximando da hora da sua morte, mostrou-se ser mais difícil do que tinha calculado arranjar um substituto; após seus parentes mais velhos terem egoisticamente se recusado ao sacrifício, sua esposa Alceste insistiu para que fosse a sacrificada. Quando Hércules chegou, ela já tinha descido ao Mundo Inferior, indo ele imediatamente atrás dela. Então lutou com a morte e venceu, trazendo-a de volta em triunfo ao mundo dos vivos.

Hércules era o super-homem grego, sendo muitas das histórias de seus feitos interessantes contos de realizações sobre-humanas e monstros fabulosos. Ao mesmo tempo Hércules, assim como Ulisses, também atua como se fosse um homem comum, sendo suas aventuras como parábolas exageradas da experiência humana. Irritadiço, não extremamente inteligente, apreciador do vinho e das mulheres (suas aventuras amorosas são muito numerosas), era uma figura eminentemente simpática; e no geral seu exemplo deveria ser seguido, pois destruía o mal e defendia o bem, superando todos os obstáculos que o destino lhe colocou. Além de tudo, ofereceu alguma esperança para a derrota da ameaça última e crucial do homem, a morte.

A Morte de Héracles
O fim de Hércules foi caracteristicamente dramático. Uma vez, quando ele e sua nova noiva Dejanira estavam atravessando um rio, o centauro Nesso ofereceu-se para transportar Dejanira, e no meio da correnteza tentou raptá-la. Hércules matou-o com uma de suas flechas envenenadas, e ao morrer, Nesso, simulando arrependimento, incentivou Dejanira a pegar um pouco de sangue do seu ferimento e guardá-lo; se Hércules algum dia parecesse cansado dela, deveria embeber um traje no sangue e dá-lo para que ele o vestisse; após isso, ele nunca mais olharia para outra mulher. Anos mais tarde Dejanira lembrou-se deste conselho quando Hércules, voltando de uma distante campanha, mandou à frente uma linda princesa aprisionada pela qual estava evidentemente apaixonado. Dejanira mandou a seu marido um robe tingido pelo sangue; ao vestir a roupa, o veneno da Hidra penetrou na sua pele e ele tombou em terrível agonia. Seu filho mais velho, Hilo, levou-o ao Monte Eta e depositou seu corpo, retorcido porém ainda respirando, numa pira funerária, a qual acabou sendo acesa pelo herói Filoctetes. Entretanto, os trabalhos de Hércules asseguraram-lhe a imortalidade, assim ele subiu ao Olimpo e assumiu seu lugar entre os deuses que vivem eternamente"

Fonte: www.mundodosfilosofos.com.br

Perseu


Perseu e Andrômeda, de Pierre Puget -1620-1694 (Encomendada por Luis XIV para os Jardins de Versailes)
Museu do Louvre - Paris


"De acordo com o estudioso alexandrino Apolodoro, Perseu, o lendário fundador de Micenas, nunca teria nascido se seu avô tivesse conseguido seu intento. Acrísio, rei de Argos, era pai de uma linda filha, Dânae, mas estava desapontado por não ter um filho. Quando consultou o oráculo sobre a ausência de um herdeiro homem, recebeu a informação que não geraria um filho, mas com o passar do tempo teria um neto, cujo destino era matar o avô. Acrísio tomou medidas extremas para fugir deste destino. Trancou Dânae no topo de uma torre de bronze, e lá permaneceu numa total reclusão até o dia em que foi visitada por Zeus na forma de uma chuva de ouro; assim deu à luz a Perseu. Acrísio ficou furioso, mas ainda achava que seu destino poderia ser evitado. Fez seu carpinteiro construir uma grande arca, dentro da qual Dânae foi forçada a entrar com seu bebê, sendo levados para o mar. Entretanto, conseguiram sobreviver às ondas, e após uma cansativa jornada a arca foi jogada nas praias de Sérifo, uma das ilhas das Ciclades. Dânae e Perseu foram encontrados e cuidados por um honesto pescador, Dictis, irmão do menos escrupuloso rei de Sérifo, Polidectes.

Com o passar do tempo, Polidectes apaixonou-se por Dânae, mas enquanto crescia Perseu protegeu ciumentamente sua mãe dos indesejados avanços do rei. Um dia, durante um banquete, Polidectes perguntou a seus convidados que presente cada um estava preparado a oferecer-lhe. Todos os outros prometeram cavalos, mas Perseu ofereceu-se a trazer a cabeça da górgone. Quando Polidectes o fez cumprir sua palavra, Perseu foi forçado a honrar sua oferta. As górgones eram em número de três, monstruosas criaturas aladas com cabelos de serpentes; duas eram imortais mas a terceira, Medusa, era mortal e assim potencialmente vulnerável; a dificuldade era que qualquer um que a olhasse se transformaria em pedra. Felizmente, Hermes veio em sua ajuda, e mostrou a Perseu o caminho das Gréias, três velhas irmãs que compartilhavam um olho e um dente entre si. Instruído por Hermes, Perseu conseguiu se apoderar do olho e do dente, recusando-se a devolvê-los até que as Gréias mostrassem o caminho até as Ninfas, que lhe forneceriam os equipamentos que necessitava para lidar com Medusa. As Ninfas prestimosamente forneceram uma capa de escuridão que permitiria a Perseu pegar a Medusa de surpresa, botas aladas para facilitar sua fuga e uma bolsa especial para colocar a cabeça imediatamente após a ter decepado. Hermes sacou uma faca em forma de foice, e assim Perseu seguiu completamente equipado para encontrar Medusa. Com a ajuda de Atena, que segurou um espelho de bronze no qual podia ver a imagem da górgone, ao invés de olhar diretamente para sua terrível face, conseguiu finalmente despachá-la. Acomodando a cabeça de modo seguro na sua bolsa, retornou rapidamente a Sérifo, auxiliado por suas botas aladas.

Ao sobrevoar a costa da Etiópia, Perseu viu abaixo uma linda princesa atada numa rocha. Esta era Andrômeda, cuja fútil mãe Cassiopéia tinha incorrido na ira de Posídon ao espalhar que era mais bonita do que as filhas do deus do mar Nereu. Para puni-la, Posídon enviou um monstro marinho para devastar o reino; apenas poderia ser parado se recebesse a oferenda da filha da rainha, Andrômeda, que foi assim colocada na orla marítima para esperar o terrível destino. Perseu apaixonou-se imediatamente, matou o monstro marinho e libertou a princesa. Os pais dela, em júbilo, ofereceram Andrômeda como esposa a Perseu, e os dois seguiram na jornada para Sérifo. Polidectes não acreditava que Perseu pudesse retornar, e deve ter sido bastante gratificante para Perseu observar o tirano ficar lentamente petrificado sob o olhar da cabeça da górgone. Perseu deu então a cabeça a Atena, que a fixou como um emblema no centro de seu protetor peitoral.

Perseu, Dânae e Andrômeda seguiram então juntos para Argos, onde esperavam se reconciliar com o velho rei Acrísio. Mas quando Acrísio soube desta vinda, fugiu da presença ameaçadora de seu neto, indo para a Tessália, onde, não conhecendo um ao outro, Acrísio e Perseu acabaram se encontrando nos jogos fúnebres do rei de Larissa. Aqui a previsão do oráculo que Acrísio temia se realizou, pois Perseu atirou um disco, o qual se desviou do curso e atingiu Acrísio enquanto estava entre os espectadores, matando-o instantaneamente.

Perseu com sensibilidade decidiu que não seria muito popular voltar a Argos e reivindicar o trono de Acrísio logo após tê-lo morto; assim, ao invés, fez uma troca de reinos com seu primo Megapentes. Megapentes se dirigiu a Argos enquanto Perseu governou Tirinto, onde é considerado como responsável pelas fortificações de Midéia e Micenas."

Fonte: www.mundodosfilosofos.com.br

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Heróis

Os heróis da mitologia grega distinguiam-se dos deuses por serem mortais, mas eram mortais especiais, sendo alguns deles considerados descendentes dos deuses. Até hoje escritores, artistas e compositores encontram inspiração nas histórias dos heróis gregos.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Hades - Plutão


Detalhe da escultura

Plutão e Prosperpina de Bernini - 1621-22. Galeria Borghese, Roma.
MATERIAL: mármore.
DIMENSÕES: 2,95 m.



"Hades é o deus grego do mundo inferior. Após a luta contra os titãs o universo foi dividido em três. Zeus ficou com o céu e a terra, Poseidon tornou-se deus do reino dos mares e Hades assumiu as profundezas, o inferno. Ele é deus e soberano dos mortos.

Embora fosse o reino dos Mortos, os infernos gregos não se pareciam com a idéia posterior de inferno, um sítio onde os condenados sofriam penas eternas. Era, porém, um lugar para onde todos os mortos – bons ou maus – seguiam, guiados pelo deus mensageiro Hermes. Só quando lá chegavam era decidida a sua sorte. Alguns, principalmente aqueles que haviam ofendido os deuses, sofriam, mas aqueles que tinham sido bons, ajuizados e caridosos, e autores de grandes feitos, podiam ter uma além-vida muito feliz. Sobre todos estes assuntos mandava o deus Hades, um rei austero mas justo ao mesmo tempo.

Quando o morto era enterrado, colocavam-lhe na boca o uma moeda que se chamava óbolo. Pronunciando palavras de conforto, Hermes conduzia então a sombra do morto para longe dos parentes em lágrimas, cada vez mais para baixo, até a entrada do Hades. Ali, tinham que parar, porque o mundo inferior era cortado de rios por todos os lados.

A travessia era feita, geralmente sobre o Estige, mas nunca se o óbolo tivesse sido esquecido ou perdido, ou se a sombra do morto fosse tão pobre que não pudesse pagar. Neste caso ficava sempre à espera na margem sem qualquer esperança, porque o Estige tinha um barqueiro que pedia a portagem a todos que usassem o seu barco. Este barqueiro era o terrível Caronte.

Quando o óbolo não era pago, levava às sombras de má vontade. Hades ordenara-lhe, ameaçando-o com um pesado castigo que não transportasse vivos, fossem quais fossem as razões que o invocassem a atravessar o rio. Mas alguns, com muita habilidade, conseguiam enganar Caronte ou convencê-lo a abrir uma exceção.

Hermes deixava sua carga nas margens do Estige. Ali, a sombra tinha que tomar o barco, os remos de Caronte mergulhavam silenciosamente nas águas sombrias e o barco afastava-se da praia, levando os passageiros para sempre da terra dos vivos. Na outra margem estava o monstruoso cão de três cabeças, Cerbero, apesar de seu aspecto ameaçador, Cerbero não faziam mal as sombras que desciam do barco de Caronte. A sua missão era impedir-lhes o caminho, se mais tarde tentassem tornar a atravessar o Estige para fugirem do Mundo Inferior. Também guardava a entrada contra visitantes intrusos."

Fonte: www.felixrichter.com.br
br.geocities.com/oportaldehermes/hades.htm

Dionísio - Baco

Baco Adolescente (Pintura de Caravaggio, fim do séc. XVI)

"Baco, Divindade romana, Dionísios dos gregos, era filho de Júpiter e de Sémele, é deus da uva, do vinho, da orgia e da alegria. Da mesma forma que os demais deuses vegetais, Baco morria e retornava, como acontece com as plantas. Suas festas representavam o drama de sua morte e ressurreição. Foi tenazmente perseguido pela ciumenta Juno que, não tendo conseguido eliminá-lo nas entranhas maternas e no berço, fê-lo enlouquecer, de cujo mal foi curado por Cibele. Depois, fê-lo raptar por piratas, mas os deuses o libertaram. Tornando-se adulto, foi um grande auxiliar do pai na guerra dos deuses contra os gigantes; no combate, o senhor do Olimpo, cheio de entusiasmo, o estimulava com a exclamação: " Evohé ! Baco evohé ! " ( Coragem Baco coragem ! ). Mais tarde, tendo ele encontrado, na ilha Naxos, a jovem Ariadne, filha de Minos, amargurada pelo abandono por parte de Teseu, consolou-a, desposou-a, e levou-a para o Olimpo, havendo dessa união um filho que se chamou Priapo. Compunham a sua côrte: as ninfas, Pan, os silenos e os sátiros. Conta-nos uma lenda que Juno, ao ter notícias das relações amorosas de Sémele com seu esposo, resolveu eliminá-la; e, para isso, transformou-se na velhinha Beroé ( ama de Sémele ) e, assim disfarçada, com voz trêmula e cansada, aconselhou-a a pedir a Júpiter que se lhe apresentasse, com todo seu esplendor, em seu ardente carro. Júpiter advertiu à amante que esse imprudente pedido ser-lhe-ia funesto; mas, como ela insistisse, e o deus houvesse jurado " pelo Estige " jamais contrariar os seus desejos, apresentou-se-lhe, e dardejava raios de luz tão abrasadores que a sua amante foi por eles devorada, deixando escapar, do ventre, o fruto inacabado dos seus amores. Júpiter recolheu-o na coxa, e completados aí os nove meses de gestação, deu-o à luz. Assim nasceu Baco, cuja criação foi dada à sua tia Ino que o educou, com o auxílio das horas e das ninfas do monte Nisa, em uma sombria gruta, cercada de frondosa vegetação, e em cujas paredes se entrelaçavam vivazes galhos de viçosas vides, donde pendiam maduros cachos de uvas. Certa vez, o pequeno deus colheu alguns desses cachos, espremeu-os em taças de ouro, e bebeu o suco em companhia de sua corte. Todos ficaram então conhecendo a nova fonte de delícias: o vinho acabava de nascer, sendo festejado, debaixo de danças, ao ruidoso som dos tamborins. Atingindo a idade adequada à instrução, foi Baco confiado às musas e a Sileno, que lhe ensinou a cultura da vinha, a poda dos galhos, e o fabrico do vinho, ensinamentos esses que ele, mais tarde, transmitiu ao homem. O culto de Baco, cujos vestígios hodiernamente encontramos nas festas carnavalescas, foi consagrado nas ruidosas bacanais romanas, vencendo aos seus perseguidores, que eram sempre cruelmente punidos: assim é que Licurgo, rei da Trácia, tendo, certa vez, surpreendido os bacantes nas suas orgias, varou-os com suas setas, das quais apenas Baco conseguiu escapar, o castigo não se fez esperar: Licurgo enlouqueceu, e, certo de que destruía as vinhas, mutilou seu filho, e decepou os próprios pés. A punição de Penteu não foi menos cruel: tendo ele querido se opor ao culto orgíaco, o deus perturbou a razão da sua mãe Agave, fazendo-a despedaçá-lo.
Dionísio é geralmente representado sobre a forma de um jovem risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça, e, na outra, um tirso enfeitado de folhagens e fitas. Tem o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, traz na cabeça uma coroa de pâmpanos, e dirige um carro tirado por leões. Vêmo-lo também sentado sobre um tonel, com uma taça na mão, a transbordar de vinho generoso, onde ele absorve a embriaguez que o torna cambaleante."

Fonte: mithos.cys.com.br

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ares - Marte

Ares - Villa Hadriana

Filho de Zeus e Hera, Ares, o deus da guerra, gosta da violência e do sangue; ele não é amado nem pelos mortais nem pelos deuses.
"Ares adora as lutas encarniçadas, o sangue, a brutalidade; alegra-se ao ver os guerreiros se matarem nas batalhas e morrerem em massacres. Seu porte é sobre-humano: grita tão forte como mil guerreiros reunidos quando se adianta para tranpassar os combatentes com sua lança e derrubar as muralhas que defendem as cidades. Protegido por uma couraça, um capacete e um escudo, luta às vezes sobre um carro puxado por quatro cavalos. Gosta de interferir nos combates, mas sem escolher na verdade um campo. Assim, durante a Guerra de Tróia, bateu-se muitas vezes ao lado dos troianos, mas igualmente ajudou os inimigos, os gregos. É acompanhado por seus filhos, Fobos (o espanto) e sua irmã gêmea Éris (a discórdia).
Ares não é invencível, e foi ferido várias vezes, em especial por Atena. Assim, diante das muralhas de Tróia, quando o deus atacou Diomedes com sua lança, Atena fez um golpe se desviar e Ares foi ferido pelo guerreiro. Em outra ocasião, ainda diante de Tróia, foi a própria deusa Atena que o atingiu com uma enorme pedra. Ares também ficou preso num vaso por treze meses por ter matado um dos filhos de Posêidon.

O caso de Ares com Afrodite, mulher de Hefesto, é muito conhecido.
O deus da guerra e a deusa do amor foram surpreendidos juntos numa manhã por Hélio, o deus do Sol, que se apressou a avisar Hefesto.
Furioso, este fabricou uma malha, fina como gaze e resistente como o diamante, e colocou-a sobre o leito de Afrodite. Os dois amantes ficaram presos na rede. Hefesto convocou então a assembléia dos deuses, que se divertiram com a cena.
Zeus interveio para que Afrodite e Ares fossem libertados. A deusa do amor fugiu para Chipre, e o deus da guerra para a Trácia. De sua união nasceram Eros, o deus do amor, e Ânteros, o deus do amor recíproco, assim como Deimos (o Espanto), Fobos (o Terror) e Harmonia."
Fonte: Larousse Jovem da Mitologia ed. Larousse

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Afrodite - Vênus

O Nascimento de Vênus. (Botticelli, séc. XV)


Vênus de Milo - Museu do Louvre


"Uma das doze divindade gregas do Olimpo, deusa da beleza e do amor correspondente à romana Venus, porém, ao contrário da última, não representava apenas o amor sexual, mas também a afeição que sustenta a vida social. De acordo com as crenças mitológicas, foi nascida da espuma do mar. A mais antiga dos deuses olímpicos ergueu-se da espuma e foi levada pelas ondas até chegar a ilha de Chipre e assim Kypris (= cipriota) foi um dos vários adjetivos que lhe foram atribuídos. Em outra versão seria filha de Zeus com Dione, filha de Urano e Tálassa. Criada e educada pelas ninfas do mar em suas cavernas, a deusa da beleza e do amor foi levada pelo mar, de ilha em ilha, encantando a todos com sua beleza e graça. Era acompanhada pelas três Cárites, ou Graças como eram também conhecidas, Aglae, Tália e Eufrosina, que faziam grinaldas para os seus cabelos e teciam vestidos com as mais belas cores.
Chegando ao Monte Olimpo, onde um trono a esperava e os deuses aguardavam-na. Seu enorme poder sedutor fez com que Zeus e os demais deuses disputassem o tempo todo os encantos dela, porém ela recusou suas propostas de casamento.
Zeus, para recompensar Hefaístos (Vulcano), que lhe havia fabricado o trovão, e também ressentidos como vingança e punição pela rejeição, deu-a em casamento ao feio e deformado deus do fogo. Entre ela e Hera, a esposa de Zeus, não havia muita simpatia, especialmente pelo fato de que ela ter sido indicada mais bela do Olimpo. Para não ser traído pela mulher, Hefesto dava-lhe as melhores jóias do mundo, inclusive um cinto mágico do mais fino ouro. Então ela usava o cinto, para aumentar seus já irresistíveis encantos e conquistar mais amantes. Amou e foi amada por muitos deuses e mortais e dentre seus amantes mortais, os mais famosos foram Aquiles e Adônis. Teve filhos com vários deles como:
*Hermafrodito com Hermes;
*Eros, o deus do amor e da paixão, com Zeus
*Anteros com Adônis;
*Fobos, Deimos e Harmonia com Ares;
*Himeneu com Apolo;
*Príapo com Dionísio e
*Enéias com Aquiles.
Também não admitia que nenhuma outra mulher mortal tivesse uma beleza comparável com a sua, punindo todas que possuíssem tal beleza ou mesmo que se atrevessem em comparar a beleza com a sua, como aconteceu com Psiquê e Andrômeda.
Foi provavelmente uma das divindades mais veneradas por parte de todos os povos gregos e romanos, suas festas eram chamadas de afrodisíacas e eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto.
Era representada como uma mulher com uma coroa de flores, um ramo de oliva em uma das mãos e um símbolo da abundância na outra. Um dos mais belos e importantes templos de todo o Império Romano, situado na Via Sacra de Roma, era consagrado a essa deusa. Sua construção foi iniciada por Agripina e terminada por Vespasiano, e lá depositaram-se todas as riquezas saqueadas do grande templo de Jerusalém.
Ela tinha o poder de inspirar amor nos corações humanos ou destruí-los e encarnava a perfeição da beleza feminina. A famosa estátua, a Vênus de Milo, e a mais conhecida e apreciada peça da escultura mundial, hoje, se encontra no Museu de Louvre, em Paris."
Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

Atena - Minerva

Estátua de Atena no Museu do Louvre (peça N°Ma 464)

"A deusa Tétis, filha dos Titãs Oceano e Tétis, foi a primeira esposa de Zeus. Divindade da sabedoria e da razão, "ela sabia mais, diz Hesíodo, que todos os deuses e homens juntos". Foi ela que preparou uma droga, graças à qual Cronos restituiu à vida os irmãos e irmãs de Zeus, que ele tinha "absorvido", quando estes nasceram. Gaia e Urano, depositários dos destinos, advertiram Zeus de que se Métis lhe desse filhos, um deles agiria contra ele, como ele tinha feito com o seu pai Cronos e como Cronos, ele próprio, tinha feito com o seu pai Urano, ou seja, destroná-lo-ia.

Quando Métis aparece grávida, Zeus decidiu, usando um procedimento cuja eficácia tinha verificado, devorar a sua esposa. Ao fazê-lo, ele não só afastava o perigo, mas incorporava os dons poderosos e exclusivos de Métis, transformando-se assim no deus da sabedoria.

Algum tempo depois do desaparecimento da deusa, Zeus começou a sentir fortes dores de cabeça, que foram aumentando cada vez mais. Zeus então, chamou Prometeu - outros autores dizem que foi Hefesto (o filho que Zeus teria tido, fora do casamento, com Hera, a sua futura mulher) - e ordenou-lhe que lhe abrisse o crânio com um golpe de machado. O "médico" assim fez e do corte emergiu, completamente armada, e dando um grito de vitória que abalou o céu e a terra, Atena, que viria a ser a filha preferida do rei dos deuses.

Deusa da razão, Atena é, simultaneamente, uma deusa guerreira e uma deusa da inteligência e da sabedoria. Na sua faceta de divindade guerreira (Atena-Prornaco: aquela que combate à frente), ela personifica a inteligência tática face à brutalidade animal que incarna o seu meio-irmão, Ares. Ela saberá inventar o carro de guerra e presidirá à construção do navio Argo, o maior navio conhecido até então. Para além disso, será a inspiradora dos heróis hábeis e ponderados como Perseu, Belerofonte, Héracles, Aquiles ou Ulisses. A sua parcialidade a favor dos Gregos, na guerra de Tróia, explica-se pela afronta que o troiano Páris lhe teria infligido, ao recusar-lhe, em proveito de Afrodite, o prêmio reservado à beleza.

Nos momentos de paz, Atena personifida a benevolência. É ela que ensina aos humanos a arte de domar os cavalos, as técnicas da olaria, da tecelagem e dos bordados. Mas a deusa gosta de ver reconhecidos os seus talentos e favores, por isso sentiu-se vexada com o julgamento de Páris.

Certo dia, Atena lançou o seu olhar sobre a terra da Ática. Mas esta pertencia ao seu tio, Poseidon, e portanto os dois vão disputá-la. Poseidon, para fazer valer os seus direitos, tinha feito nascer, com um golpe de tridente sobre a colina da Acrópole, uma fonte de água salgada, segundo uns, ou um cavalo, dizem outros. Quanto a Atena, fez florescer uma oliveira. Os deuses, chamados a pronunciar-se, submeteram-se à opinião do rei Cécrops, que compreendeu a importância que a oliveira podia ter para o seu povo, e elegeram Atena, que deu o seu nome à cidade de Atenas.

Os escultores e os pintores representam Atena vestida, geralmente estreitada em dignas roupagens. Ela tem nas mãos a lança e o escudo e apresenta, algumas vezes, na mão esquerda, uma estátua alada. Foi assim que a representou Fídias na sua monumental efígie, recoberta de ouro e de marfim. Os animais que acompanham Atena são a coruja e a serpente."
Fonte: dicionario-de-mitologia-grega-e-romana.portalmidis.com.br

Hermes - Mercúrio


Hermes atando as sandálias, Louvre, Paris

"Hermes, filho de Zeus e da jovem Maia, filha de Atlas, nasceu numa caverna do monte Cilene, na Arcádia, tendo manifestado desde muito cedo uma inteligência e astúcia extraordinárias.

Era ainda um recém-nascido quando, ao cair da noite, abandonou o berço, calçou umas sandálias para que os seus passos não fossem identificados e partiu para a Tessália, dirigindo-se ao monte onde pastavam os bois do rei Admeto, confiados à guarda de Apolo. Habilmente, roubou uma parte dos animais, que conduziu às arrecuas (para evitar ser traído pelas marcas no solo) através de toda a Grécia, acabando por escondê-los numa caverna em Pilo. Depois de tudo isto, regressou ao seu quarto pelo buraco da fechadura e deitou-se no berço.

Mas Hermes esquecera que Apolo era dotado de uma dupla visão e que, devido a esse fato, tomara conhecimento do roubo dos animais, indo reclamá-los junto da criança que, no seu berço, fingiu tudo ignorar. Perante esta situação, Apolo resolveu apelar a Zeus que ao tomar conhecimento do caso foi sacudido por um riso "homérico" pedindo, no entanto, aos seus filhos que se reconciliassem.
Então Hermes pegou um objeto que tinha fabricado no decurso da famosa noite do roubo, a partir de uma concha de tartaruga, de uma pele de boi e de tripas esticadas em forma de cordas e, tocando o instrumento, maravilhou Apolo com o seu som harmonioso. A partir de então, este mostrou-se mais inclinado ao perdão, e Hermes, muito feliz, ofereceu-lhe a primeira lira da história dos deuses e dos homens. Em troca, Apolo deu-lhe um cajado de ouro, e Hermes tornou-se, assim, o pastor da manada celeste.

Foi, de resto, com a ajuda deste cajado que Hermes separou, um dia, duas serpentes envolvidas em luta. Estas, cessando imediatamente a luta, entrelaçaram-se no cajado, dando origem ao famoso "caduceu", símbolo por excelência da paz.
Hermes, astucioso e prestativo, gozava de grande simpatia dos deuses e dos homens. O seu pai, Zeus, elevou-o à categoria de seu mensageiro oficial e, assim, Hermes tornou-se no seu infatigável agente através do mundo.

Para além disso, ele foi também um precioso auxiliar do rei dos deuses nas suas aventuras amorosas, não hesitando em ludibriar Hera sempre que esta manifestava os seus ressentimentos. Foi ele que adormeceu o gigante Argo, encarregado de vigiar lo, com o som da sua flauta. Foi ele, ainda, quem salvou o pequeno Dioniso, transportando-o para um local seguro, logo após o seu nascimento. Mas a sua disponibilidade sem limites estendeu-se, também, ao serviço de outros imortais, heróis e homens.

No domínio amoroso, Hermes manifestou os seus ardores tanto a mortais como a deusas (Afrodite deu-lhe um filho, o belo Hermafrodito), mas a sua preferência foi, sobretudo, para as ninfas, de quem teve uma numerosa descendência (de que destacamos o deus Pã, como ele, nascido na Arcádia).

Os Gregos veneram-no como o guia benfeitor de todos os viajantes, incluindo os comerciantes (e diz-se, também, os ladrões). Nesta sua função, e dado que o negócio depende da capacidade de argumentação, Hermes transformou-se no deus da eloquência. Para além disso, era ele, ainda, quem guiava as almas dos mortos através dos Infernos. Mas ele foi, sobretudo, venerado pelos atletas, na sua qualidade de inventor da corrida a pé e do pugilato.

Os Romanos identificaram Hermes com o deus das trocas comerciais, Mercúrio (de mercar, fazer comércio). A quarta-feira era o dia de Mercúrio.

As representações mais célebres de Hermes, as do séc. IV a.C., são o Hermes de mármore de Praxíteles, carregando o pequeno Dionísio (museu de Olimpo) e o Hermes de bronze de Lisipo, pronto a saltar ao primeiro sinal de Zeus (Nápoles)"
Fonte: dicionario-de-mitologia-grega-e-romana.portalmidis.com.br

terça-feira, 15 de abril de 2008

Apolo - Febo


Apolo e Dafne de Bernini

"Apolo é um dos dois filhos gêmeos de Zeus e de Leto (que Hesíodo apresenta como uma divindade da noite). A sua irmã Ártemis é a deusa da lua, enquanto ele é o senhor do sol.

Apolo nasceu na ilha de Ortígia, uma ilha flutuante que vai fixar-se no centro do mundo grego e tomar o nome de Delos, "A Aparente". No momento do seu nascimento, todas as deusas que estavam reunidas à volta de Leto, soltaram gritos de alegria; depois, lavaram o recém-nascido e envolveram-no em linho branco. Témis alimentou-o com ambrosia e néctar, e Apolo rapidamente se mostrou dotado de uma força invencível e de uma beleza surpreendente.

Então, Zeus ofereceu ao seu filho um carro puxado por cisnes e Hefesto enviou-lhe flechas, especialmente forjadas para o seu uso.

Assim, alguns dias depois do seu nascimento, Apolo, acompanhado por sua irmã, decidiu viajar a fim de escolher o lugar onde estabeleceria o seu culto. O seu carro conduziu-o ao país dos Hiperbóireos, no norte da Grécia, onde ele se demorou algum tempo, partindo depois em direção ao monte Parnaso, na companhia de Ártemis. Ao chegar, Apolo encontrou, numa caverna, um monstro que Hera, com ciúmes de Leto, tinha contratado para se vingar da sua rival e dos seus filhos. Este monstro tinha a forma de uma serpente e era o guardião de um antigo oráculo. Esta, ao aperceber-se da presença de Apolo, investiu contra ele, mas o jovem deus, infalível, matou-a, deixando o seu corpo apodrecer no próprio lugar, que passou a ser conhecido como Pito (do verbo grego que significa: apodrecer), enquanto que a serpente foi apelidada de Píton.

Uma vez purificado nas águas de Peneu, Apolo regressou à sua terra de eleição, a fim de tomar posse e reativar o velho oráculo de Píton. Mas entretanto, o deus vislumbrou, no alto mar, um navio cretense e decidiu, imediatamente, atrair os seus ocupantes para o seu culto. Para esse efeito, transformou-se num golfinho, e saltando à frente do navio, conduziu-os para o seu domínio. Ao chegarem, Apolo retomou o seu verdadeiro aspecto e fez destes homens seus sacerdotes, instruindo-os nos segredos dos imortais. Mas como eles continuaram sempre a chamar-lhe golfinho (delphis), esse lugar passou a ser conhecido pelo nome de Delfos.

Os combates de Apolo

As aventuras e as proezas atribuídas a Apolo são inumeráveis. Enfrentou Héracles quando este, descontente com o oráculo, se apoderou do tripé sagrado onde se encontrava a sacerdotisa de Delfos, a Pítia. Zeus viu-se, então, obrigado a intervir, como mediador, a fim de que o confronto entre os seus dois filhos tivesse fim.

No decurso da campanha contra Tróia, Agamérnrion raptou Criseida, filha do sacerdote de Apolo, e o deus decidiu vingar-se, espalhando uma epidemia de peste entre os Gregos, e obrigando o seu chefe a libertar a cativa.

Apolo não tolerava afrontas, mas quando não fazia uso do seu arco e das suas flechas, dedicava-se à música. Um dia, o sátiro Mársias decidiu desafiar Apolo no domínio musical. Midas, rei da Frígia, juntamente com as Musas, foram escolhidos como árbitros deste concurso. As Musas pronunciaram-se a favor de Apolo, mas Midas preferiu a flauta dupla de Mársias à lira do deus. Como castigo, Apolo dotou-o de umas orelhas de burro. Quanto ao sátiro, o deus mandou suspendê-lo num pinheiro.

Apolo gozava, no Olimpo, de protecções privilegiadas. O seu pai Zeus dedicava-lhe uma afeição muito particular. Assim, quando o deus do sol se manifestava, todos os imortais se erguiam imediatamente, e enquanto a sua mãe o aliviava das suas armas, o rei dos deuses ofertava-lhe uma taça de néctar. Então, Apolo, com a sua beleza surpreendente, fazia brotar da sua lira sons verdadeiramente divinos, acompanhados em coro pelas Musas. E logo todo o Olimpo se punha a cantar e a dançar.

Esta realidade não impediu, no entanto, que Apolo entrasse em conflito com Zeus.

A primeira vez foi quando Apolo participou numa conspiração organizada por Hera. Esta, cansada e ofendida com as infidelidades do seu marido, convenceu Posídon e Apolo a acorrentarem-no. Mas Tétis fez abortar o golpe de Estado, pedindo ajuda ao temível Briareu, o gigante com dez mãos. Zeus, furibundo, condenou o seu irmão e o seu filho a um certo tempo de servidão, às ordens do rei de Tróia, Laomedonte. Posídon foi encarregado de construir as muralhas da cidade de Tróia e Apolo de guardar os rebanhos do rei. Quando estes terminaram o seu trabalho, Laomedonte recusou-se a pagar-lhes o seu salário e ameaçou-os, dizendo que lhes cortava as orelhas no caso de insistirem. Então, Posídon soltou um monstro devastador e Apolo difundiu a peste por toda a região.

O segundo conflito entre Apolo e o seu pai foi desencadeado pelo rei do Olimpo. Com efeito, Zeus, cansado de ver o deus da medicina, Asclépio, ressuscitar os mortos, pondo assim em causa o cicio da natureza, decidiu fulminá-l0 com um raio. Mas Asclépio era o filho preferido de Apolo, que se vingou, imediatamente, matando os ciciopes que tinham fabricado o raio assassino.

Os amores de Apolo
Apolo não foi insensível ao amor, muito embora a tradição não lhe atribua nenhuma união legítima. Ele amou e foi muito amado, mas apesar de tão dotado de dons, quer físicos quer espirituais, conheceu várias vezes seguidas o sofrimento e a humilhação.
A ninfa Dafne, filha da Terra, foi a primeira a repelir os avanços do deus. Um certo dia, quando Apolo decidira vergá-la ao seu amor, a ninfa fugiu. Mas o deus perseguiu-a e encontrou-a. E quando se preparava para prendê-la com as suas mãos robustas, esta, desesperada, pediu ajuda a sua mãe, a Terra, que se abriu e fechou sobre Dafrie. Nesse mesmo lugar, nasceu algum tempo depois um loureiro (em grego: daphné) e Apolo transformou-o numa árvore sagrada, a árvore apoliniana, por excelência.

Corónis era filha do rei dos Lápidas. Apolo desejou-a e possuiu-a, mas a princesa ficou grávida e, temendo não manter o amor do deus durante toda a vida, decidiu desposar um mortal. Acontece que Apolo foi informado da notícia e condenou Corónis e o seu marido à morte. Mas estavam os dois cadáveres a arder na pira fúnebre, quando o deus veio retirar do corpo da mãe, o seu filho, ainda vivo. Asclépio foi então confiado ao centauro Quiron, que lhe ensinou a arte da medicina.

Outra mortal amada pelo deus do sol foi Cassandra, uma das filhas de Príamo, rei de Tróia. Apolo ensinou-lhe a ciência profética, a troco de ela ceder à sua paixão. Mas, uma vez iniciada, Cassandra recusou-se a cumprir a sua promessa. No entanto, ainda permitiu um beijo ao seu apaixonado, e este aproveitou a ocasião para depositar na sua boca uma maldição: as profecias de Cassandra nunca seriam tomadas a sério, por ninguém.

As atribuições de Apolo
Apolo, embora não pertença à primeira geração dos Olímpicos, é considerado, na Antiguidade, como uma das divindades mais importantes do seu panteão.

A sua faceta mais importante é a de deus solar, como podemos verificar pelos seus epítetos: "O Dourado", o deus "com cabelos de ouro" e, sobretudo, "o brilhante", que os romanos transformaram em Febo.

A sua faceta de deus solar torna-o um deus benéfico e purificador. É ele que faz germinar a vida e espalha a felicidade, apresentando-se por isso, quer como um deus pastoril quer como um deus poeta e músico, o Musageta (o condutor das Musas).
Como divindade da luz, Apolo deverá combater a obscuridade e, por essa razão, o seu oráculo tem por missão projetar a claridade sobre as sombras que roubam aos humanos o conhecimento. Mas o sol benéfico e purificador pode ser, também, um agente de destruição. Deste modo, os raios solares eram entendidos, pelos gregos, como flechas assassinas disparadas pelo cruel arqueiro. As mesmas flechas que, certamente, mataram todos os filhos da arrogante Níobe. É esta faceta da personalidade do deus que pode, de resto, explicar o seu nome (o verbo grego apoilumi significa destruir).

O Apolo antigo, dito de "Belvedere", influenciou Michelangelo e todos os escultores italianos do Renascimento."

Fonte: dicionario-de-mitologia-grega-e-romana.com.br

Ártemis - Diana


Diane de Versailles (Museu do Louvre)

Deusa da Lua e da Caça.
"Ártemis, na mitologia grega, era uma das doze divindades do Olimpo, a mais popular das deusas do panteão grego, filha de Zeus e Letó. Associada pelos romanos com Diana, era a deusa da floresta e regia os deuses e deusas da caça, pois era protetora dos animais selvagens, especialmente dos ursos. Também era protetora das mulheres, por isso era a deusa do parto. Era também a deusa da natureza, das colheitas e protetora das cidades. Representava para as mulheres o que Apolo, seu irmão gêmeo, representava para os homens. Era particularmente amada e seguida por 60 Ninfas, das quais exigia castidade absoluta e com as quais dançava freqüentemente nas florestas. Traumatizou-se logo após nascer, pois presenciou o sofrimento da mãe no parto de seu irmão gêmeo, Apolo. Por isso pediu a Zeus que a mantivesse casta para sempre, o que lhe rendeu o título de virgem branca e lhe conferiu a missão de protetora das parturientes.

No poema de Homero, a Ilíada, Ártemis lutou defendendo Tróia contra Atenas, tendo intercedido por diversas vezes, como para salvar Páris da morte, aquele que flecharia o calcanhar de Aquiles, matando o maior guerreiro grego.

Apesar dessa imagem protetora, Ártemis exibia facetas cruéis: matou o caçador Órion; transformou em urso a ninfa Calisto por deixar-se seduzir por Zeus; transformou Acteão em cervo para ser despedaçado por sua própria matilha e, com Apolo, exterminou os filhos de Níobe e Anfião, para vingar uma suposta afronta.

Sua participação na batalha contra os Titãs foi indispensável e não só nesta, pois viveu a vida punindo aqueles que mostravam desrespeito. Raivosa e um tanto cruel, a deusa que se despontou como protetora dos caçadores e da inocência mais intacta, era freqüentemente adorada em locais rústicos, preferencialmente ao redor de muita madeira. Armada de arco atingia com suas flechas todos que ousassem lhe insultar. Foi ainda, a patrona das Amazonas. Os colonizadores Gregos encontraram os habitantes da Ásia Menor cultuando uma Deusa a qual identificaram como Ártemis (Diana). Em sua homenagem foi construído um pequeno templo que levou 120 anos para ser terminado, tendo sido reconstruído e aumentado diversas vezes. Somente na quarta expansão ele foi incluído na lista das Sete Maravilhas do Mundo. O templo foi destruído num incêndio em 356 a.C., na noite do nascimento de Alexandre, o Grande.

A gravidez de Letó

Para os gregos, Ártemis era filha de Zeus e de Letó, filha do titã Ceos, e o primeiro mito de que participou foi o do próprio nascimento.

Após sua aventura com Zeus, Letó ficou grávida e foi perseguida pela deusa Hera. Quando estava a ponto de dar à luz, nenhum lugar quis receber a parturiente, com medo da rainha dos deuses. Além disso, Hera retinha sua filha Ilítia, a deusa do parto, no Olimpo. Mas, finalmente, a ilha de Delos concordou em recebê-la e as outras deusas conseguiram aplacar a ciumenta Hera presenteando-a com uma jóia.

Ártemis nasceu primeiro e, como uma boa deusa dos nascimentos, ajudou em seguida a mãe com o parto de Apolo, seu irmão gêmeo...

Calisto era uma ninfa que acompanhava a deusa pelos bosques e por quem Zeus se apaixonara e conseguiu seduzí-la. Quando a deusa percebeu a gravidez de Calisto, expulsou-a de sua companhia e, mais tarde, transformou-a em ursa."
Fonte: www.artemisenergia.com.br/deusa.htm

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Hefesto - Vulcano


Vulcano de Rubens

"Uma das doze divindade gregas do Olimpo, o Vulcano dos romanos, deus do fogo, da metalurgia e das erupções vulcânicas, o ferreiro divino dos deuses e construtor de seus palácios, armas e ferramentas. Era o filho feio e deformado de Zeus e de sua esposa Hera. Foi responsável, entre outras obras, pela égide, escudo usado pelo pai em sua batalha contra os titãs. Certa vez sua mãe Hera discutiu com Zeus a respeito de Héracles e ele tomou partido a favor da mãe. Então Zeus zangado agarrou-o pelo pé e o atirou do Olimpo abaixo. Ele foi cair no fundo do mar onde foi cuidado pela titânia Tétis, que lá morava e o levou para a ilha de Lemnos.
Hefesto não recebeu apoio da mãe por seus defeitos físicos, então montou suas oficinas na ilha de Lemnos. Para se vingar, fabricou um trono esplendoroso e o mandou para sua mãe no Monte Olimpo, como presente. Ela sentou-se nele e imediatamente, correntes invisíveis ataram-se em sua volta e ela não conseguia levantar-se. Ares, o Marte romano, deus da guerra e seu principal rival, tentou libertar Hera, mas bateu rapidamente em retirada frente as chamas do deus do fogo. No entanto, Dionísio, deus do vinho e seu amigo, embriagou-o e o levou ao céu, onde ele libertou a rainha e passou a residir novamente no Monte Olimpo. De volta ao Olimpo, como deus do fogo, tornou-se o ferreiro divino e instalou suas forjas no centro dos vulcões. Construiu para si um magnífico e brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos. Ali fabricou entre outras grandes obras, os raios e o trovão de Zeus, o tridente de Poseidon, a couraça de Héracles e as flechas de Apolo. Por ordem de Zeus, como pelo arrependimento da antiga rejeição, deu-lhe em casamento Afrodite, a Vênus romana, a mais bela das deusas. Embora o amasse realmente, foi-lhe infiel, tendo vários amantes. Dentre eles deuses e mortais, pois suas traições refletiam as outras faces do amor.
Descobertas as traições, confeccionou uma rede invisível em que aprisionou Afrodite e seu amante Ares para expô-los ao ridículo diante dos outros deuses e se vingar das traições da esposa. Divorciou-se de Afrodite e casou-se com as Cárites.
Outra das suas célebres criações foi a armadura para o herói Aquiles. Após a morte do seu amigo Pátroclo na guerra de Tróia, Aquiles decidiu entrar de novo no conflito, mas não tinha armadura, pois a havia dado a Pátroclo. Naquele momento, a mãe dele, Tétis, procurou o deus do fogo no Monte Olimpo, e pediu que ele fabricasse uma nova armadura para o seu filho. Concordando fabricou uma esplêndida armadura: um escudo decorado com representações elaboradas e uma braçadeira com adornos que representavam a terra, o céu, o mar, o sol, a lua e as estrelas.
Apesar de ser motivo freqüente de escárnio nas lendas gregas por causa de seu defeito físico, foi muito venerado pelas dádivas por ele concedidas aos mortais.
De suas forjas saiu Pandora, a primeira mulher mortal. Patrono dos ferreiros e dos artesãos em geral e lendariamente responsável pela difusão da arte de usar o fogo e da metalurgia.
Era geralmente representado como um homem de meia-idade, barbado, vestido com uma túnica sem mangas e com um gorro sobre o cabelo desgrenhado."
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MGHefais.html

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Posêidon - Netuno


Mosaico romano, séc III
Netuno ou Posêidon, filho de Cronos (Saturno) e de Réia, era irmão de Zeus (Júpiter) e de Hades (Plutão). Quando Zeus, seu irmão, a quem sempre serviu com toda a fidelidade, venceu os Titãs, Poseidon encarcerou-os no Inferno. Ele os mantém por trás do recinto invencível, formado por suas ondas e rochedos.

O ruído do mar, a sua profundidade misteriosa, o seu poder, a severidade de Netuno que abala o mundo, quando com o tridente ergue os enormes rochedos, inspiram à humanidade um sentimento mais de receio do que de simpatia e amor.

Ambicioso e briguento, Posêidon conspirou um dia com Hera, que estava cansada das infidelidades do marido. Com a ajuda de outros deuses, eles amarraram Zeus enquanto ele dormia, o que lhes valeu uma punição exemplar: Posêidon e Apolo tiveram que servir durante um ano o rei de Troia. Eles construíram as muralhas da cidade. Como o rei se recusou a pagar seus salários, Apolo enviou a peste a Tróia e Posêidon fez surgir um montro do mar, que semeou desolação.

Posêidon era um dos deuses mais venerados na Grécia e na Itália, onde possuía grande número de templos, sobretudo nas vizinhanças do mar.

É geralmente representado nu, com uma longa barba, e o tridente na mão. Ora sentado, ora em pé sobre as ondas. Muitas vezes está em um carro puxado por dois ou quatro cavalos, comuns ou marinhos, cuja parte inferior do corpo termina em cauda de peixe.
Fontes: Larousse Jovem da Mitologia ed. Larousse
www.mundodosfilosofos.com.br

Deméter - Ceres

Foi Deméter, deusa mãe da Terra, que ensinou os seres humanos a cultivar o trigo e moer o grão.

Deméter reencontra sua filha Cora-Perséfone. (Pintura de F. Leighton, fim do séc. XIX)
"Deméter casou-se com seu irmão, Zeus, do qual teve uma filha, Cora. Quando esta se tornou uma bela jovem, tocou o coração do deus dos Infernos - Hades - que decidiu fazer dela sua mulher.
Num dia em que sua mãe desceu à Terra, Cora foi colher flores e o chão se abriu brutalmente, fazendo surgir o carro de Hades, que a raptou com a cumplicidade de Zeus.
Quando ia desaparecer sob o solo, Cora Perséfone soltou um grito tão terrível e desesperado que sua mãe ouviu.
Durante nove dias e nove noites, sem comer nem beber, Deméter procurou sua filha. Sua inquietude e angústia aumentavam porque Cora continuava desaparecida. Deméter emegreceu, chorou, se desesperou, até que procurou o deus do Sol, Hélio, o único que tudo vê. Comovido com a tristeza de Deméter, ele ousou revelar que Hades havia raptado sua filha. Ela explodiu de cólera, e declarou que não voltaria ao Olimpo enquanto sua filha não fosse devolvida.
Deméter então, com raiva da Terra, por ter sido cúmplice do rapto de Cora - que por sua vez se tornara esposa de Hades, disse: "Solo ingrato! Eu te tornei fértil e te revesti de ervas e de grãos nutritivos, e é assim que me recompensas. Nunca mais terá meus favores!" Assim sendo, nada mais cresceu nos campos: as sementes não germinavam, o gado morria, e os seres humanos estavam famintos.
Para evitar uma catástrofe, Zeus ordenou a Hades que devolvesse Perséfone a sua mãe. Mas, nos infernos, a jovem provara o alimento dos mortos e ficara, portanto, ligada para sempre a esse reino. Para agradar ao mesmo tempo a Deméter e a Hades, Zeus autorizou Perséfone a viver seis meses por ano na Terra, com sua mãe, e passar os outros seis meses com su marido. É assim que, quando Perséfone está nos Infernos, o solo permanece nu. É o outono e o inverno. Mas quando ela retorna para junto de sua mãe começa a primavera."
Fonte: Larousse Jovem da Mitologia ed. Larousse

Hera


Estátua de Hera - Museu do Louvre Ma2283
"Uma das doze divindades gregas do Olimpo, equivalente a Juno, no panteão romano, principalmente venerada como deusa protetora do casamento e senhora dos partos e rainha dos deuses Olímpicos, daí também ser conhecida como Olímpia. Era filha mais velha de Cronos e Réia, era irmã e esposa de Zeus.(...) Era muito orgulhosa e obstinada e sempre quis ser mais bonita que Afrodite, sua maior inimiga. Também era ciumenta e agressiva, odiava e perseguia as amantes de Zeus e os filhos de tais relacionamentos, como por exemplo, tentou matar Hércules quando este era apenas um bebê. Conta uma lenda que Hércules destruiu seus sete templos e, antes de terminar sua vida mortal, aprisionou-a em um jarro de barro que entregou a Zeus e, então, foi aceito como deus do Olimpo. O único filho de Zeus que ela não odiava era Hermes e sua mãe Maia, porque ficou surpresa com a sua inteligência. Em certa ocasião, para mantê-la calma, Zeus amarrou-a com correntes e pendurou-a pelas nuvens, após ter amarrado umas bigornas aos seus pés. Quando se casou com Zeus, recebeu de Gaia, mãe de todas as criaturas, uma árvore que dava maçãs de ouro."
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MGHera00.html

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Os Deuses Olímpicos


A Queda dos Gigantes - Afresco de Giulio Romano, séc. XVI

A seguir, veremos, um a um, os deuses Olímpicos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Como Zeus tornou-se o deus mais poderoso do Universo?

Zeus e Tétis. (Ingres, séc. XIX)

Durante muito tempo, quem governou a Terra foi Urano (o Céu), até que foi destronado por Cronos, seu filho. Então Urano profetizou que Cronos também seria destronado por um de seus filhos.
Cronos era casado com Réia, e quando seus filhos nasciam, ele os devorava, temendo que a profecia se realizasse. Assim aconteceu com Hera, Hades, Poseidon, Héstia e Deméter. Quando nasceu o sexto filho, Réia decidiu salvá-lo, com a ajuda de Gaia (a Terra). Zeus era este sexto filho.
Reia então enrolou em panos uma pedra e deu a Cronos, dizendo ser Zeus, que a devorou sem nada perceber...
Quando chegou à idade adulta, Zeus disfarçou-se de viajante, dando a Cronos uma bebida que o fez vomitar todos os filhos que tinha devorado, só que agora já eram adultos.
Iniciou-se então a guerra dos Titãs contra os Zeus e seus irmãos e irmãs. Eles lutaram durante muito tempo, até que Gaia aconselhou Zeus a libertar os Ciclopes e os Hecatonquiros para que pudessem ajudá-lo.
Os Ciclopes lhe deram uma arma invencível: o raio; e os Hecatonquiros trouxeram a força irresistível de seus cem braços cada um. Os Titãs foram derrotados e atirados no mundo subterrâneo, para nunca mais sair.
Zeus também derrotou Tífon, o Terrível, que era um colosso montruoso com cem cabeças de serpente, além de derrotar também os Gigantes.
Depois da vitória sobre as forças brutais do mal, Zeus passou a reinar sobre o universo. Ele se instalou nas alturas do céu, no monte Olimpo, com seus filhos, irmãos e irmãs, e distribuiu entre eles poderes e privilégios.

Fonte: Larousse jovem da Mitologia

Entendendo a Mitologia Grega

"Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.


Luta entre um centauro e um lápida ( Friso do Pártenon)

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram:

- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.
- Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.
- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa
- Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas."
Fonte:www.suapesquisa.com

Pesquisa selecionada pelos alunos:
Samuel Chaves - 4ªD
Gabriel Torres - 3ªE